SIMONE E PAUL
Não sou Simone, não pretendo ser.
Eu trocaria meu nome para Simone, se...
Mas, a liberdade sobre a qual insistes
será realmente uma liberdade livre?
Por que só teu corpo pode ficar exposto aos ventos,
o meu não?
Tens a mente aprisionada em um ser ausente?
Para onde convergem teus pensamentos?
Meu coração não tem portas, não aprisiona.
Porém, pretendo ter domínio sobre os teus limites.
Troque teu nome para Jean-Paul,
siga tua liberdade, rende-te às tuas paixões,
mas, não queiras me aprisionar em uma gaiola de ouro
enquanto tu bates asas e voa.
Tu não és Paul, eu não sou Simone.
O que finges? Não tens medo do espelho?
Teus braços se desprendem de ti na ânsia de tocar o mundo,
enquanto tua mente é prisioneira do machismo que escondes.
Tua gaiola tem portas que me prendem.
Meu coração não tem correntes,
mas não sou Simone.
Não te quero preso nem me quero livre.
Nossas liberdades eu delimito em muros rígidos.
Se não queres assim,
então, eu digo: Não!