Abstrata é a vida
 
A vida acontece e desliza corrente
Com formas tangíveis que roça o vácuo
Tem curvas estéticas nas horas arcaicas
Para na alma esguia transcoar o tempo
O homem é abstrato na dor sem afeto
Na infância clara descola o sonho
Deixando a fome pobre no vazio mudo
Do estômago reduzido em pouco espaço
Abstrata é a vida que rola em gotas
Na face obscura dos que fazem o mundo
Quando roubam a consciência de quem vive
Na prática rude de um lago escuro
Salgada é a lágrima que escorre
No vago espaço sem o sal que reza
Pela paz da guerra que arde e acende
Na luz abstrata que não fornece a cor
O tempo cala a esperança quente da tarde
Inerente ao silêncio realista dos pensantes
E gesta uma luz no formato claro da água
Que brilha em forma de vida ou não

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Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 22/03/2015
Reeditado em 03/04/2015
Código do texto: T5179194
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