Gangorra
Quando já perdemos
A quantia dos sonhos
E só sabemos que vivem
Aos milhares
Noite por noite
Mudando um qualquer.
Estranhos e bizarros
Vivem no desacordado
Mundo transcendental
Louco e habitual
De fechar os olhos
Para dizer
Que falta sentido
E que há mistérios
Em elos e elos
De amor e de morte.
Enigmático o amor
Sobrevive em meio
A toda essa falta
De entendimento
De nós e dos outros.
Na gangorra
Do real e do sonho
Da harmonia e do caos
Somos todos
Os paradoxos.