Sou, vertente de água fria correndo entre pedras, no barulho tranquilo do vento que bate, levantando folhas mortas ao raiar o dia.
Amo em silêncio, silencio como as folhas voando para lugar nenhum. Sou como a fada, no sono da noite, espalhando as asas no céu escuro, plainando, para casa voltar.
Na fantasia de voar com os sonhos,  para quem esqueceu-se de sonhar. Quando cansada bebo da fonte, refresco-me ao vento, no repouso que as folha mortas me dão,  feito cama, calma na multidão.
Não sou nada mais que,  uma mulher cheia de defeitos,  que ainda acredita em fadas,  em sonhos alados que sim, podem voar.
Sou só alguém,
que quase sempre no silêncio penoso,  continua conjugando o verbo amar.