DESPEDIDA
Enfim chegou o dia de despedidas.
De lágrimas nos olhos, aceno na partida.
De saudade que dói no peito
Por lembranças que ainda não são sentidas.
De abraços apertados e beijos na saída.
E uma dúvida no peito,
Será que a saudade que levo
É a mesma por todos sentida?
Olho mais uma vez a casa.
O fogão, a lenha ainda arde em brasa.
O cãozinho dorme parece que sonha ter asa
O rio lá fora chora, é um lamento triste.
Da janela vejo, suas águas correndo
e elas vão embora...
assim como eu, parece que estão sofrendo.
No alto do morro vejo a estrada
Ela ri do meu desespero
Enquanto serpenteiam suas curvas
A mata vai desaparecendo
E a cidade que estava longe
Aos poucos em minha vista vejo,
Está vivendo.
E tudo que vivi virou sonho
Mas a realidade transforma tudo tristonho.
Espero que tudo passe rápido.
E que o retorno seja breve.
Que o frio de minha cidade
Não transforme tudo em neve!
Arlete KLENS