A Diva

O inexplicável/

Do Indessifravel/

Da mulher que se fez a obra/

Da arte/

Que o Tempo e o mundo viu florir/

Sem qualquer peso na consciência/

Ainda hoje e única referência/

Do incio e do fim/

De uma Beleza/

Se não foste a deusa/

Se não foste a luz/

Tão certo/

Como a voz nesse deserto/

Foste quem não se tem/

Nem nunca se pode ter/

A lembrança mais viva/

São dos versos ativos/

Cujo contorno da boca/

Cujo o desejo da louca/

Destilava mel em veneno/

Como cobiçar um Pecado/

Ao ser apresentado em prazer/

Aquela cor obsessivamente alva/

Pre requisito pra ser/

Desejada/

Sob um ar mascarado/

Do instinto do querer/

Aquele amor frívolo/

Disperso aos que te buscavam/

Apenas ocultavam/

O que a tua alma pura sonhava/

Tão nociva como sensual/

Nunca tiveste a rival/

O tom único da poesia/

Que envolvia a noite sem dia/

Sem sequer causar mal/

Escrevia nas entrelinhas/

Dos olhares ambiciosos/

Qual cifrão/

Compraria o teu coração/

Por uma noite/

Sem qualquer proibição/

Sem qualquer mácula/

Deitavas a cama da sedução/

Amavas, seduzias e vivias/

Quando a solidão te aprisionava/

Entre os coquetéis/

E a depressão/

Buscavas o chão/

Os muros sem saídas/

E de lá só via/

O anjo demônio/

Que em vida/

Buscava a morte/

Como última paixão/

A história em dor/

Escreveu o que a dúvida/

Ainda não sabe explicar/

Mas a falta/

Todos os dias/

Não se cansa de gritar/

Mulher igual não haverá/

Homenagem a Marilyn Monroe.