JULIETA (O SINO)

Cidade pequena
Que ainda não esqueceu de ser roça
Na praça central
À esquerda da rua Direita
Ao fundo da igreja 
Um vasto capinzal
A que chamam 
Largo do Rossio
Que bem merecia de uma foice 
Uma boa roçada


(...)

Uma cruz de pau torto pelo tempo
Num campanário
 Um sino
Sinuoso anuncia
Que uma família enlutada
Convida parentes e amigos
Para o velório e enterro da filha
Em tenra idade matada pelas dores do coração


(...)

Por meio do silêncio
A despedida de mais uma vida