Desarrumado

Tudo é ilusão, meu bem

E sendo, não há limite então

Não há senão

Ao ver o vento

O pensamento

Ao ver estrelas que balançam lá no chão

Ciano

Azul é o mar, o mar azul, o firmamento

O pavimento da minha canção

Que feia, que bela, se me revela

A infelicidade que balança a mão

E a janela

Aberta à vida e ao inverno do coração

A tela

A noite, o riso

O risco

Alguém

No meio fio, equilibrado, um sol já vem

Varrer o chão cheirando a rua

Toda cidade

A cidadela nua

Que me possua, pois, pela libido

Pela palavra a me queimar no labirinto

Ouvido

O amor ardido, arde no corte

Andor perdido a se precipitar pro norte.