As lágrimas de um fado seguro

Nesta segurança do novo século,

deixaram de haver complexos.

Hoje o terror alastra,

ao compasso de qualquer marcha.

Mortes e mortes entre estradas e pontes,

onde o sangue manchou cidades como quem pinta paredes.

Onde o som da morte são as balas a ressoar por entre as fontes,

e onde o tema em cada manhã nos jornais colocados em largos montes.

Numa era em que a guerra foi levada a outro nivel e a outro extremo,

hoje lutam se por bits e com megas a tiro.

São tempos diferentes onde balas voam nas ruas e nos mundos virtuais,

sem haver capacidade para travar tais marginais.

Tempos em que o tempo é parte do que nos resta,

numa guerra fria desde Berlim até Infesta.

Num sonho cru nunca inacabado,

com um tempo salgado com as lágrimas deste nosso fado.

José Pina , 11-03-2015 , Rotterdão - Holanda.

Jose Pina
Enviado por Jose Pina em 19/03/2015
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