Página de areia

Meus pés lépidos pisam o ar por sobre os versos,

pairandopulando por cima e acima das letras

com bastantíssimo cuidado para não tropeçar...

Na areia, lagos cavados por outras crianças,

montes, castelos, lúdicas fortalezas arenosas

nesta página --não de papel-- que é praia...

Mas eu gosto é de ler, de escre-ver, ver-os-versos,

apagá-los, reescrevê-los, poematizar o céu,

o Mar Dulce, a pétrea e mística Ilha dos Amores...

De repente, um pingo grosso de uma nuvem,

em minha face, e não é de chuva, é de tinta!

Corro! Tento escapar da pena que me escreve!...