FEBRES E LAMPEJOS

Vives lampejos de me devotar

Eternizados em instantes de solidão

Rasgas o meu peito e roubas a escuridão

Que inutilmente tento iluminar

Acaricias a minha dor

Agredindo meus sonhos

Beijas meu destino estranho

E mordes o verdadeiro amor

Te doo todo o meu infinito tempo

Enquanto vetas um simples riso

Vou te ensinar o voo mais preciso

Para que aprendas o enigma dos ventos

Eu sou você e nós uma febril lenda

Uma página apenas no eterno livro

Um saber pequeno a querer arbítrio

Uma cratera a mais na efêmera fenda.