gaiolas em mim
os meus pássaros presos, com asas esvoaçantes
como o flerte adjacente
do por do sol vindouro e seguinte
que se faz reticente
e presente
na ausência lenta
das poeiras lunares
por entre os voos de verbos
secos. brutais viscerais e virulentos
por entre as gaiolas inóspitas sedutoras
longínquas e sem despojamentos sadios
secos aos ventos virtuosos
dos descasos
dos ocasos díspares
dos ocasos taciturnos
de minha herança
sem vínculos
bastardos
de longa vida estreita e
longe de ser poética como as setas das sementes
virais carnais
como os ventos
dos perigos
da prisão
de asas