Rasuras
Rasuras
Febril o poeta delira em versos
Desconexos em suas trêmulas mãos
Criando mundos tão controversos
Opostos entre alegria e desolação
Rasurando com a pena o papel
Resquícios da sanidade existente
Maculando linhas, rima fiel
Perpetuação heroica inconsciente
Ferindo seu único amigo
Tingindo sua pele a seu sabor
Criando nasce seu seguro abrigo
Sob estas linhas, livre do terror
Ao fim, acompanhado por vinho
Sob a penumbra a delinear
Sorri solitário e segue seu caminho
Feliz pelo seu mundo esboçar
Eduardo Benetti