Janela do tempo
Magoa-me ainda tanta coisa
E meu olhar se queda baldio
Onde nada ao redor pousa
Apenas sobrevoa
Como fantasmas audíveis
Suspirando levemente
Com seus ardis
Velando as madrugadas
Violando as névoas que encobrem o perdido
Não mais procura
Apenas espera
E um supor inquietante
Revolvendo o umbigo
Despertando o instinto
Soletrando outonos
As palavras não descrevem certamente
A inflamação latente
Que consome a alma
Na janela do tempo
A imobilidade admirável
De todos os sentimentos