OBSERVANDO
Ela enchia o carrinho de compras,
Com a calma inerente à idade.
Absorta, consciente e distraída.
Radiava, sem saber, tranquilidade.
Eu olhava suas mãos em movimento,
O seu rosto com a face tão marcada,
Os cabelos branqueados pelo tempo,
E a coluna já um tanto encurvada.
E então ela olha em meus olhos.
(Tanta história naquele olhar!)
Não pude conter um sorriso,
Fiz menção de aproximar.
Ela veio até a mim...
Abraçou-me de forma singela.
E falou que sentiu meu carinho,
Na maneira de olhar para ela!
O seu nome? Eu não sei.
Mas chego a um ponto conclusivo:
Quem tem pouca ou muita idade,
Consegue ser tão expansivo!