Netinho

Homenagem a Ataliba Guarita Neto

Ocês sabia que uma das coisa que mais apreceio é rádio, ê sô mais é bão dimais, ouvi anssim umas moda de viola, ouvi as nutiça é um trem danado de jeitado. Mais a coisa que mais apreciei ité hoje no rádio, era a tar da Crônica do Mei Dia, com meu compade Netim. Eu tinha ité uma vizinha, que se reunia com as amiga só pro mode ouvi ele falá, além daquela voz que dexava as paridera tudo paxonada, ele inda dizia umas coisa bonita pra daná, e sua alegria contagiava todo mundo no jornar. E ocês pensa que ele era daqueles marruco que num tem hora pra chegá? ocês enganô, segundo meu compade Raul Jardim, todo dia as sete, sentado na humirde mesa o Observatório do Galileu tava sempre pronto pra escrevinhá. Inda lembro o dia que sua velha máquina por uma dessas geringonça moderna, ele teve que trocá, menino do céu, acho que foi uma das pouca vez que vi ele resmungá,. Mais ele sabia que o pogresso ninguém pode segurá, e num ha de vê que logo, logo aquela coisa ele dominô e dispois um dia pros amigo confesô: To ité gostando desse tar computadó. Foram mais de quarenta ano escrevendo, o que a vida lhe ensinô, mais queria mesmo era se jogadô, oia só, se seu pai aprova uma coisa dessa, nóis tinha perdido um dos nosso mió escritô. Eu acho que bola é muito bão, mais é só na escrita que o povo evolui e anssim cresce uma nação. Ele amava a vida, seus fio e cada esquina desse chão, queria briga com ele ranjá, era só de Beraba mar falá. Ocês pode num creditá, mais ele amava mais Beraba que o próprio futebor, e a essa terra elogio não economizô. Mas um dia, esse mesmo povo a quem ele tanto amô chorô sua partida. Pois Deus nosso sinhô, precisava nu céu de um escritõ, que sobesse no paper, mostra as coisa linda que ele criô, mais essa pessoa tinha que te caráter, sê honesto, digno e trabaiadô, e entre tantos de valô, não teve dúvida Ataliba Guárita, nosso querido Netim, ele convocô. Dia quinze de setembro às nove hora e cinqüenta minuto, seu úrtimo suspiro na terra respirô, foi pro céu, atendendo ao chamado de Nosso Sinhô, ainda me lembro com dô, desse dia, que Beraba toda chorô.

Poema de Orlando Jr

orlando junior
Enviado por orlando junior em 07/06/2007
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