COLHEITA – DEBULHO DE MINHA ALMA

COLHEITA – DEBULHO DE MINHA ALMA

Os ceifadores estão na labuta pegando as espigas,

São espigas de milho, trigo e de minha solidão...

Ceifadores de roupas rasgadas e chapéu de palha,

Ceifadora de linda roupa negra e pele de marfim...

Queria ficar na cama apenas de pijama e dormir,

Na solidão mofar e criar vida em minha carne...

O trigo e o milho virarão alimento e virarão vida,

Também irei virar vida e alimento no ciclo da vida...

Vou me debulhando em água salobra sem vida,

As maquinas vão debulhando as espigas da vida...

Eu sou de ninguém agora e sou grão para todos,

Não quero ser germinado e me reproduzir mais,

Quero apenas me debulhar até secar e aqui ficar...

Cada grão debulhado de mim é um adeus que dou,

Talvez no caminho reste um grão em terra fértil

E este germine em frondosa arvore novamente.

Um dia por está árvore passar, de mim a de lembrar.

Os grãos debulhados e mofados já serão outra vida...

André Zanarella 27-02-2014

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 16/03/2015
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