Poema do aeroporto

Entre terminais não durmo

A quantidade de horas. Ainda

Que muito se mova nada se

Passa. Um súbito desarranjo

No tempo fez de tudo um mero

Acúmulo. Com o descompasso da

Duração, o montante despropositado

E mudo atrás do que nada tem

A si se mostrava: espesso e sem

Transparência, do que bloqueia

A minha visão senão de coisa

Nenhuma? Sem a medida que

Diferencia os minutos das horas,

Num eterno "ainda não" mordo

Os lábios para não desaparecer.

BHChads
Enviado por BHChads em 15/03/2015
Código do texto: T5171174
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