Quando não houver mais perguntas
Quando não houver mais perguntas
É hora de abrir as janelas
Colocar os olhos no céu
Tirar os olhos do chão
Quando não houver mais perguntas
É hora de pôr os barcos no mar
Fincar os pés e as mãos no rochedo
Prostrar-se, a testa no chão
Quando não houver mais perguntas
É hora de confrontar a ilusão do tempo
Tirar da areia o espelho baço e opaco
Deitar a cantilena dos pensamentos ao chão
Quando não houver mais perguntas
É hora de olhar o céu vazio e profundo
Tirar o escuro da noite
Recolher as sombras que caem ao chão
Quando não houver mais perguntas
É hora de se vivenciar a vida e a morte
Tirar a fadiga do medo
Ligar os sóis e os mundos ao chão