CALEI-ME!
Calei-me do grito que trazia em mim
Escondido bem dentro deste peito meu
E tudo o que queria era só enfim
Nem sequer tornar-me num rude plebeu!
A voz embargou-se e fechou-se a boca
Faminta de beijos, sedenta de água
E o coração transformou-se em mágoa
Numa ânsia forte, constante e louca!
Fiquei sossegado, sem nada dizer
Porque aquele brado, ninguém escutou
Agora nem sei sequer o que sou
Nem se ainda há forças para eu viver!
Calei-me e o silêncio se fez ecoar
Tão estranho e quieto, fiquei por ali
À espera que eu visse teu vulto chegar
Para receber doce abraço….vindo de ti!
Parei neste tempo injusto e cruel
Onde mesmo sem espaço, era um sortudo
Apenas relembro um gostinho a mel
Mas falar jamais…pró mundo estou mudo!
Calei-me e assim permaneço
Até que um dia eu siga em viagem
Buscando lá longe um novo endereço
Em que a utopia não seja…somente miragem!
Minha gente amiga, não desalentais
É apenas um poema, uma confissão
Se há homens que são pior que animais
Todo o seu destino é estar na prisão!
Voltei a rever a essência da vida
Depois de pensar que afinal sou gente
Então já não quero calar-me em seguida
Nem ter o meu sonho …pra sempre dormente!