lamento

com um braço apoiado na pia

a mão cobre a cara

da cabeça cabisbaixa:

aos poucos o chão se povoa

de gotas de orvalho,

absinto e papoulas.

não há templos

que possam me aceitar.

tudo é agora uma campina grande

sem horizonte.

cada partícula de terra

é um pedaço de mim

que agora carrego adiante

no solado dos sapatos,

mas todos os pequenos e

grandes buracos

possuem cruzes, amuletos e epitáfios

com o meu nome esgarçado.