Agenda

Assim temos vivído:

Cheios de compromissos,

Com o corpo dolorído,

Quase sempre submissos.

Numa falsa alegria

Cansados corações, taciturnos.

Tudo sempre monotonia,

As vezes dois ou até três turnos.

Coragem daqueles que todo dia amanhecem

Pegam o transporte e põe-se a correr,

As vezes, se sossegam, até se desconhecem,

Sempre com pressa de viver.

Aí eu me pergunto: para quê tantos planos?

Mantendo os pés no chão,

Enquanto apenas passam os anos,

Sem sonhar com o coração.

Não entendo o porque

De tantos buscarem apenas o sucesso,

Não sei o que

Acontecerá nessa busca cega por progresso.

Quando uns pouco ou nada tem

E ainda assim são felizes,

Outros com tudo não estão bem

E ainda dizem ser infelizes.

De que adianta tanto correr

Se for para chegar a lugar nenhum?

Se não for para intensamente viver?

Se for por algo comum?

Então, se ela não é tão longa,

Se é única e paciente,

Temos que ser como a onda

Que quebra e se ergue contente.

Que joguemos fora a agenda,

Que valorizemos o ser,

Que com a vida a gente aprenda

Que o único compromisso é viver.

Anna Julia Dannala
Enviado por Anna Julia Dannala em 13/03/2015
Reeditado em 14/03/2015
Código do texto: T5169041
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