A Voz do Norte

Aliás o seu grito não soa no ar sem par/

Eu do meu longínquo Amapá faço versos das dores/

Das indignações/

E dos horrores/

Da falta de respeito com os nossos direitos/

E com as leis/

Com as pessoas que derramaram seu sangue/

Em meio a torturas de uma Ditadura/

Perderam suas famílias/

Abandonaram sua juventude/

Morreram incógnitos nas selvas da solidão/

Buscando uma razão/

Essa Democracia/

Sem saber quem jurava lealdade/

Quem bebia e comia ao seu lado/

E o tempo que não repousa/

Nos escancara a escrita/

São esses oportunistas/

Ratos, estrategistas/

Alheios a vontade de todos/

Que cospem na fome/

Que vendem miséria/

Que se escondem nos sistemas/

Para dizimar nossa força/

Vislumbrando suas riquezas/

Com certeza refletir/

Já não cabe nas horas/

Desse pesadelo/

Sobretudo quando se vê/

No horizonte despontar/

Outra bandeira/

Não obstante a frente/

Há que se promover urgente/

Algo em prol da ação/

Para que além da sepultura/

Não caíamos no eterno esquecimento/

Aqui do outro lado/

Não calamos/

Passamos as vezes em branco/

Mas lutamos pra erguer um sim para todos/

Não importa se amanhã formos anonimos/

A causa já nos garante o orgulho de nossos filhos/

E o respeito de cada um integrante/

Que na mesma lançante/

Não cessam de gritar/

Por essa liberdade/

Por essa igualdade de todos/

Nessa terra em transe/