POUSA O ESPIRITO

Pousar o espirito,

Há! Maldita compreensão dos efeitos,

Poeta, capaz de sentar nas dores,

Mas nunca sentiu sequer uma falta,

Pousar o espirito,

Morno; vomito a mim mesmo,

Miserável poeta,

Nunca poderá ser homem.

Pousar o espirito,

Rasgado será o corpo,

E de luto nunca viverá,

Morno é um estado depressível,

Pousar o espirito,

E nunca busquei a morte,

Livrai de mim,

Esse anjo negro

Condenado, me tornei poeta,

Estranho, não tenho rimas

Que me pudesse tornar-me gente!

Pousar o espirito,

Sou morno,

Livrai de mim as causas,

Permaneço na minha cidade,

E ninguém mim tem em suas festas...

Deixai,

Em salgadinho ninguém me conhece mesmo!

Pousar o espirito...

E o homem ainda não soube,

Deitar cedo.

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 12/03/2015
Código do texto: T5167865
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