POUSA O ESPIRITO
Pousar o espirito,
Há! Maldita compreensão dos efeitos,
Poeta, capaz de sentar nas dores,
Mas nunca sentiu sequer uma falta,
Pousar o espirito,
Morno; vomito a mim mesmo,
Miserável poeta,
Nunca poderá ser homem.
Pousar o espirito,
Rasgado será o corpo,
E de luto nunca viverá,
Morno é um estado depressível,
Pousar o espirito,
E nunca busquei a morte,
Livrai de mim,
Esse anjo negro
Condenado, me tornei poeta,
Estranho, não tenho rimas
Que me pudesse tornar-me gente!
Pousar o espirito,
Sou morno,
Livrai de mim as causas,
Permaneço na minha cidade,
E ninguém mim tem em suas festas...
Deixai,
Em salgadinho ninguém me conhece mesmo!
Pousar o espirito...
E o homem ainda não soube,
Deitar cedo.