POEMINHA AUTOBIOGRÁFICO
Há uma pedaço de mim
no corrimão da escada
da casa da praia.
Um pedaço no vazio
do coração da mulher
que não amei.
Há um pedaço de mim
no passado da mulher
que não me amou.
Um pedaço na barca
que atravessou o Guaíba
no dezembro de mil novecentos
e cinquenta e cinco.
Há um pedaço de mim
na casa de Gramado,
nos sonhos de Natal
do menino de dezoito anos,
no abraço do pai,
na busca, no desencontro,
na tentativa de um lar.
Há um pedaço de mim
nas células de meus filhos,
nos desconfortos que eles terão,
nos filhos que eles terão.
No desassombro dos sonhos,
nos pesadelos, nas inúteis
suspeitas de uma noite de luar.
Há um pedaço de mim
na lembrança do menino que salvei
de morrer afogado num rio qualquer
de nossa infância.
Na ignorância de minha mãe
sobre filhos. Um pedaço de mim
na estrada que leva àquela cidade...
Há um pedaço de mim
nas madeiras da estante do sítio,
nas salas de aula do Julinho,
nos corredores da Enfermaria 27
da Santa Casa. Um pedaço de mim
no olhar da menina que me ouvia
sobre a vida, nas aulas de biologia.
Há um pedaço de mim
no olhar do meu filho,
no abraço do meu amigo,
na lembrança da minha tia,
no ódio de um inimigo,
no coração da ex-namorada,
no sêmem que foi descartado.
Há um pedaço de mim
nas sentenças de ações que ganhei
e também nas ações que perdi.
Um pedaço nas ruas do Rio,
nas calçadas da Rua da Praia,
na emoção de quem leu minha poesia,
na tristeza de quem já esqueci.
Há um pedaço de mim...
em mim! Um pedaço obscuro
feito de restos de vida, de partidas
e chegadas, de lugares efêmeros,
de verdades jamais confessadas.
Há um pedaço de mim que é segredo
e irá comigo quando eu me for.
Há uma pedaço de mim
no corrimão da escada
da casa da praia.
Um pedaço no vazio
do coração da mulher
que não amei.
Há um pedaço de mim
no passado da mulher
que não me amou.
Um pedaço na barca
que atravessou o Guaíba
no dezembro de mil novecentos
e cinquenta e cinco.
Há um pedaço de mim
na casa de Gramado,
nos sonhos de Natal
do menino de dezoito anos,
no abraço do pai,
na busca, no desencontro,
na tentativa de um lar.
Há um pedaço de mim
nas células de meus filhos,
nos desconfortos que eles terão,
nos filhos que eles terão.
No desassombro dos sonhos,
nos pesadelos, nas inúteis
suspeitas de uma noite de luar.
Há um pedaço de mim
na lembrança do menino que salvei
de morrer afogado num rio qualquer
de nossa infância.
Na ignorância de minha mãe
sobre filhos. Um pedaço de mim
na estrada que leva àquela cidade...
Há um pedaço de mim
nas madeiras da estante do sítio,
nas salas de aula do Julinho,
nos corredores da Enfermaria 27
da Santa Casa. Um pedaço de mim
no olhar da menina que me ouvia
sobre a vida, nas aulas de biologia.
Há um pedaço de mim
no olhar do meu filho,
no abraço do meu amigo,
na lembrança da minha tia,
no ódio de um inimigo,
no coração da ex-namorada,
no sêmem que foi descartado.
Há um pedaço de mim
nas sentenças de ações que ganhei
e também nas ações que perdi.
Um pedaço nas ruas do Rio,
nas calçadas da Rua da Praia,
na emoção de quem leu minha poesia,
na tristeza de quem já esqueci.
Há um pedaço de mim...
em mim! Um pedaço obscuro
feito de restos de vida, de partidas
e chegadas, de lugares efêmeros,
de verdades jamais confessadas.
Há um pedaço de mim que é segredo
e irá comigo quando eu me for.