FERMATA

Desde que partiste

fiquei perdida e triste,

entre o ontem e o hoje,

entre o ser e o não-ser,

numa distância imensa,

entre o morrer e o viver.

Entre a insustentável leveza

e o peso de uma pena;

entre a prisão perpétua

e a liberdade das asas.

Entre o mel e o fel;

entre a escuridão e a luz.

Entre um círculo de anel

e a tortura da cruz,

um tempo sem fim

entre o nada e a vida,

desde a tua partida,

até que voltaste pra mim.