PODER FICAR, SEM CURAS

Queria te experimentar.
Teus cantinhos,
teus segredos.
Queria, sob a lua, te escutar
falar de caminhos
ou de enredos.

Queria te experimentar,
saber tuas loucuras,
tuas inocências.
Queria, insensato, me entregar
a tuas procuras,
a tuas indescências.

Queria te experimentar
no teu dia a dia.
E nos teus espaços, queria,
perdido, perambular
feito duende, feito alegria
por voltar aos teus braços.

Queria te experimentar
na noite escura,
nas manhãs idiotas.
Queria, de fato, poder ficar
sem tentar a cura
das tristezas remotas.