Vertigem

Estou sentindo

Cheiro de nada

Nada no vento, nada no tempo

Sinto repulsa

Não sei de quem ou do quê

Só sei que vejo

E o que vejo é o piano sozinho a embalar uma melodia linda

Que nunca ouvi tocando

Será uma nova chance de mudar?

Para o bem, é claro?

Lutar contra a vertigem maligna que invade o ser

A alta maré de azar que varre e limpa a branca areia do jardim da perdição

Lá estão agora Eva e adão

E não sei se o bem existe

Ao adentrar os portões o mesmo aroma toma conta

Cheiro de morte, traição

A caixa de musica medieval ainda embala a valsa da descontentação

E o salão preparado para a tragédia está

Todos os convidados sentados e só vejo em pé

Eu mesma

Grito e corro. Quem me ajudará,

Se eu adentrei no quadro da sala escondida

E ninguém percebeu a obra de arte tomar vida

Arte é vida

Vida é morte basicamente

E quem não quiser ser indigente

Tem que invadir alguma realidade

Que não seja a sua própria

E usurpar um pouco de perdição ou retração

Ligeia Amanna
Enviado por Ligeia Amanna em 10/03/2015
Reeditado em 19/10/2019
Código do texto: T5165546
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