BÓIAS-FRIA

BÓIAS-FRIA

Um pobre pai de família

Que trabalha no sertão

Como meeiro de fazendeiro

Só fazendo plantação

Quando o patrão vê o milho

Crescido, bonito e o feijão

Diz logo para o meeiro

Seu serviço, não quero mais não

Aquela notícia, é muito triste

Para aquele pai de família

Ele tem que vim para cidade

Morar nas periferias

Depois que tanto trabalhou

Seu serviço não teve valor

Veio para morar nos mangues

Seus filhos choram, que horror!

Ele vem para cidade

Enfrentar aquele horário

Nas construções civil

Ganhando só um salário

Por não ter terra para trabalhar

Vai trabalhar como operário

Ele pensa, fiz tudo para dar certo!

No fim, tudo foi contrário

Um trabalhador do campo

Começa desde criança a trabalhar

Sem escola para estudar

Não conhece nem letra A

Só sabe fazer plantação

Para o Patrão enricar

No fim ter que sair

Uns chega até se desesperar

Às vezes planta feijão

Todas as manhãs vai ver

Sonhando já ter fartura

Só vê a planta crescer

Quando já está com fruto

Antes de amadurecer

O Patrão manda ir embora

Ele não tem o prazer de comer

Nas terras que estão vagas

Muitos entram como posseiros

Quando pensa estar bem

Logo chega o Grileiro

Com os seus homens de força

Cerca logo o terreiro

Se o posseiro achar ruim

Sabe que vai deixar os herdeiros

Quando chega um homem de bem

Para defender o lavrador

Por exemplo, CHICO MENDES!

Tanto que ele lutou

Seu esforço acabou

Porque a força chegou

O certo é, que ele morreu

Ninguém sabe quem o matou

CHICO MENDES já morreu

Já foi para a eternidade

Deus do céu lhe dê proteção

Com o manto da Virgindade

Os lavradores ele defendia

Queria todos com igualdade

Ele era um homem de bem

Que só gostava da verdade

Por ele gostar da verdade

É que foi assassinado

O País perdeu braço forte

Que protegia aquele Estado

Seu nome ficou na história

Se fala por todo lado

Peço para ele eterna glória

Ao Bom Jesus Ressuscitado.

Novo México, 27 de abril de 1993

Maria Cipriano Celestino - Poetisa Zizi

ZIZI CELESTINO
Enviado por ZIZI CELESTINO em 18/09/2005
Código do texto: T51646