-ABANDONO -
No alto da colina esquecida,
A casa sonhava.
Ninguém mais ficava à janela,
Ninguém batia,
Ninguém entrava!
Por dentro das paredes
Das quais caiam cores desbotadas,
A casa sofria,
A casa chorava...
Sonhava com outros dias:
Havia passos pelos corredores,
Nos quartos, os amores,
As flores nos canteiros,
A chuva pelas calhas...
Uma linda música
Que sempre tocava,
E a mulher que a encerava!
-Por onde ela andava?
A lida na cozinha,
Crianças correndo,
Brinquedos espalhados
Pelo chão da sala...
"Por que," a casa pensava,
"Deixaram-me assim, abandonada?"
Mas entre as colunas
Que o tempo gastava,
Ninguém mais passava,
A não ser o vento...
E até as memórias
Há tanto guardadas,
Morriam,
Amareleciam
Entre as paredes
Da casa abandonada...
No alto da colina esquecida,
A casa sonhava.
Ninguém mais ficava à janela,
Ninguém batia,
Ninguém entrava!
Por dentro das paredes
Das quais caiam cores desbotadas,
A casa sofria,
A casa chorava...
Sonhava com outros dias:
Havia passos pelos corredores,
Nos quartos, os amores,
As flores nos canteiros,
A chuva pelas calhas...
Uma linda música
Que sempre tocava,
E a mulher que a encerava!
-Por onde ela andava?
A lida na cozinha,
Crianças correndo,
Brinquedos espalhados
Pelo chão da sala...
"Por que," a casa pensava,
"Deixaram-me assim, abandonada?"
Mas entre as colunas
Que o tempo gastava,
Ninguém mais passava,
A não ser o vento...
E até as memórias
Há tanto guardadas,
Morriam,
Amareleciam
Entre as paredes
Da casa abandonada...