Apenas
Nem por todos os contos do mundo eu sorriria agora,
nem pelas ondas de calor e fogo eu seria intacta
ao vendaval que assola o mundo.
Meu mundo.
Sou caçadora de mim,
imersa em redondas características que me impelem,
mas me deletam,
me tragam,
não me atendem em coisas que descrevo.
Seria impotência demais dizer
que tenho todos os sonhos do mundo,
mas sou barco solitário no mar em que navego.
Fora isso,
sou normal,
pego meu copo,
bebo meu café,
fecho as janelas à noite e abro pela manhã,
pago contas.
Mas não quero é abrir todas as janelas e nem beber todo o café.
E não me obrigue a sorrir,
não tenho motivos.
Escrevo em versos o que queria escrever em vida,
serei eterna em pequenos caracteres gráficos.
Onde eu estava no momento de escolher
em que roda queria viver?
Eu sozinha na multidão,
rodeada de pessoas que não me entendem e nem querem saber de mim.
Olham-me e não me vêem.
Eu seria completa se não fosse tão complexa,
mas gostaria de tentar um novo modo de fazer disso aqui um lar.
Nem por todos os contos do mundo eu sorriria agora...