Tempo Perdido
Com espanto te observo e te admiro
E tento te explicar os meus motivos
Mas mesmo perfeitos, os meus gestos,
Não produzem o efeito desejado
E não compreendes o que te peço
Com espanto, observo o teu tamanho
E sinto um calafrio mal disfarçado...
Mais gestos, e não aceitas o meu pedido
E fico assim sem chão e quase aos prantos
Na mímica inútil dos clowns esquecidos
Não cedes, diz ser impossível
Não há como voltar tantos anos
E consertar os danos ocorridos
Então eu me curvo, enfim combalido
És muito grande, Tempo perdido.