Tempo Perdido

Com espanto te observo e te admiro

E tento te explicar os meus motivos

Mas mesmo perfeitos, os meus gestos,

Não produzem o efeito desejado

E não compreendes o que te peço

Com espanto, observo o teu tamanho

E sinto um calafrio mal disfarçado...

Mais gestos, e não aceitas o meu pedido

E fico assim sem chão e quase aos prantos

Na mímica inútil dos clowns esquecidos

Não cedes, diz ser impossível

Não há como voltar tantos anos

E consertar os danos ocorridos

Então eu me curvo, enfim combalido

És muito grande, Tempo perdido.

Marcel de Alcântara
Enviado por Marcel de Alcântara em 08/03/2015
Reeditado em 08/03/2015
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