BEM MENOS É O AMOR PARTE 1

Bem menos é o amor!

Tão comum é aceitar à cama,

Como habita sobras em nossos lençóis,

Deitar com corpos sem nada de mim...

Nunca foi doença,

Doença é não aceita o que sou!

Essa carga que carrego,

E não sei por quê!

Coisas desnecessárias,

Se junta como escamas,

Tão menor somos,

Cravado!

Meu corpo é uma cidade virgem,

De tão tocado, petrifiquei-me,

E pedra, formei-me poeta.

Tanto segredo visse em meu corpo nu,

Meus olhos, nunca olhar-se...

Estranhos, nunca mentir com os olhos,

Mas meu corpo é lama...

E tão cedo o dia que nasci carrego

Lembranças do ontem!

Bem menos é o amor!

Na minha cama, nunca houve palavras,

Há, como deveria falar- te.

Se o que queres de mim é carne!

Maldita; eu serei podre!

Bem menos é o amor!

E bêbado fico em casa,

Bem menos é o amor!

E tão cedo me recolho,

Bem menos é o amor!

E vomitar e bem, mas fácil,

Bem menos é o amor!

Mas é de dor...

Que o corpo ferve.

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 07/03/2015
Código do texto: T5161846
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