ÊXTASE
Enquanto as luzes das estrelas
Que não chegam a ser lampejos,
Lutam para romper o manto da noite,
Num êxtase escuto um violino chorar na solidão da noite.
Na morna calmaria
O luar com estranha leveza percorre todo o jardim,
Que dorme mergulhado na escuridão.
A noite se curva tremendo de frio
E o vento caminha sozinho.
Entre o prazer e a dor,
O sorriso e a lagrima,
Chora o violino na solidão da noite.
Tropeçando em divino som,
A bruma se levanta de mansinho,
Da ternura de uma fonte.
Como a saudade que nasce no meio do caminho,
Sem que se veja crescer,
o dia começa a desapontar.
E como um último escalão dos sonhos,
o som do violino morre lentamente.