A INSPIRAÇÃO
Chega-me às vezes
a inspiração pelo vento,
a me trazer versos
das cheirosas floradas;
como a doce poesia
que brota de cada
rebento das plantas
agrestes nas líricas
matinadas. Qual
sorriso de sol que
alegra o sentimento
das almas passeando
pelas pradarias
orvalhadas, eu canto
os versos que enchem
os áureos girassóis
de contentamento,
no momento em que
as abelhas zumbem
por entre as flores,
tão alvoroçadas.
Mas não é só pelo
vento que me vem
a tão contínua
inspiração; me vem,
quase sempre, por
qualquer motivo que
me inspire a escrever;
como agora, em que,
junto com o vento,
a luz do sol me saúda
com a mesma emoção
que a minha amada
me doa o seu amor,
a me fazer rejuvenescer.
Por fim, toda inspiração
brota, a partir da emoção
do pensamento poético,
impelindo o poeta a cantar
os versos almejados;
assim, vem de minh'alma
edificada, mediante
os bons sentimentos,
o influxo amoroso que
me intui a compor versos
líricos bem inspirados.