O Ciclo Da Náusea.

O suor que escorre da labuta

Molha a terra seca

A esperança renasce a cada manhã

E segue a alma pungente a se perguntar

Aqui amanhece, e lá, quando será que a aurora chegará?

A noite incessante rouba sonhos

E o dia foi trancafiado

Para que o sol não volte a brilhar

Desolação é o que está por vir

A bruxa jogou seus ossos e viu tudo isso ai

A podridão paira no ar

O gigante morreu e não o velaram

Ainda acreditam em ressurreição

Nessa terra de ateus...

Enquanto o suor molha a terra seca

Os transeuntes na cidade vestida de cinza

Engordam como gado pro abate

E nem se dão conta

De que nada do que tem e do que é existe

Triste...

Nesses dias o tempo já não tem mais um ciclo de 24 horas

Nem a certeza chega a ser absoluta

Triste...

Mas a náusea, aquela

Parece que nunca passou

Pois a mesma flor tenta relutante brotar do asfalto quente

E eu... Como ele

Estou a observar... Atenta...

Enquanto o suor da labuta

molha a terra seca.