A LUA E O SOL

quem há de acreditar que nossa prosa

jamais ultrapassa a fronteira fraternal

pois sendo eu azul e tu, cor-de-rosa,

logo há a obrigatoriedade de ser carnal

se falo do jogo e tu de panelas,

como chegaríamos a um comum?

nos querem em vias paralelas

distantes como cristal e urucum

mas ledo engano

julgar a alma como bandeira

ou como brasão

gosto de ti como ser humano

somos os reis da brincadeira

somos os reis da confusão.