Finalmente.

Finalmente deixou de ser uma da tarde...

Há dias era uma da tarde...

Aquele sol doente a derreter asfaltos...

E botar os miolos a pestanejar...

Agora são duas e dois...

Daqui há pouco, quem sabe, três...

E as horas vão se esvaindo como sonhos ao vento...

Finalmente deixou de ser uma da tarde!

Logo a madrugada virá...

E o prenúncio de um novo dia ditará as regras...

Os homens acordarão com suas fomes de outras eras...

Comerão seus pães, suas frutas, queijos e mortadelas...

Ingerirão seus cafés em casa ou em panificadoras mofadas de esquinas...

E alguma coisa absurda os impulsionará a continuar...

A arrastar seus solados até o estertor e o aconchego do ar-condicionado...

Do cobertor, ventilador, a janela da mente aberta, no fogo do amor e do calor que arrasta e arrasa todos, tolos ou não, todos os dias...

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 06/03/2015
Reeditado em 06/03/2015
Código do texto: T5160228
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.