NOSSO BRASIL
Quero andar pelo Brasil
Entre esse povo varonil
E percorrer toda fronteira
Redesenhar minha vida inteira
Pra ser melhor que hoje eu sou...
Planos, planaltos... Pelos montes
Vencendo em mim os horizontes
Sentindo o medo e a coragem
Seguir com o povo em viajem
Pra ser melhor que hoje eu sou...
As virgens matas penetrar
Deixando tudo no lugar
Bebendo apenas tão insonte
A água pura em suas fontes
Pra ser melhor no amanhã...
Descendo o rio amazonas...
Pescando com os ribeirinhos
Vivendo a margem, tão sozinhos
Herdeiros são e verdadeiros...
Pra ser melhor no amanhã...
Seguir até o maranhão
Pelos lençóis que cobrirão
Minha viagem com as rendeiras,
No São Francisco e a lua inteira
Pelo sertão alumiar...
Então rezar ao meu nordeste
De sofrimentos pelo agreste:
- Que da raiz da macaxeira
Dê força a dança e a capoeira...
Pelo sertão continuar...
Ó litoral de mar e sol
Do Maranhão até a Bahia
De arrebol a arrebol
Verei sorrisos de alegria
Ao céu também, dores ingentes
Que serei eu com essa gente...
Daí chegar ao meu sudeste
Depois de ser “cabra da peste”...
Ser um pouquinho capixaba
Falar Mineiro pela estrada
Chegar, dizer ao Rio: “Uai”!
Aos pés do Cristo Redentor
E respirando o seu amor...
Depois com todo meu cuidado
Vou prosseguir por esse Estado
Da Costa Verde à São Paulo...
Chegar da estrada Rio-Santos
Depois de tantos acalantos
Vir receber novo carinho
E prosseguir no meu caminho
Dando adeus aos Paulistanos...
Vou solfejar, vou solfejar
Quando chegar ao Paraná
Nadar nas praias de “Floripa”
Depois voar como uma pipa
Pipa avoada lá pro Sul...
Ser um Gaúcho lá no fim
Participar de um festim
Então brindar com meus irmãos
Bebendo um quente chimarrão...
E descansar ali ao vento...!
Depois em um contentamento
Em descobrir tantos talentos!
Eu vou até a capital
Lá do planalto ao pantanal!
Ó pátria amada, ó meu Brasil...!
E na viagem de regresso
No coração de reu, confesso!
Ao ser belígero há cura
Quem seu antígeno procura
Na clara paz da natureza...
E eu chegarei enriquecido
Não desse ouro envilecido!
Mas, do que o povo me legou
Em puro amor miscigenou...
Que não será mais esquecido!
Dessa viagem sem igual...!
Vendo-me ledo em meu quintal...!
No peito um brado retumbante
Agradecendo a cada instante
Nosso país tão juvenil...!
Autor: André Pinheiro
29/01/2013