Versos Ébrios
Versos Ébrios
Aquela vela que revela tal semblante
Movendo-se inquieto pela escuridão
Tal como espírito aflito e errante
Vertendo doces goles em profusão
Goles após goles encena a morte
Rubro do vinho recria seu destino
Tentando avidamente ter suporte
Por sentir-se no mundo clandestino
Então alterado pela embriaguez
Sua pena desenha suavemente
Versos que transcrevem sua mudez
Ante a este mundo decadente
Perpetuando apenas sua decadência
Numa condição tão desconhecida
Sem amor, vivendo da indecência
Que todo poeta acha merecida
Eduardo Benetti