Versos rupestres
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Grifo meus versos em cavernas.
Minha tessitura é rupestre, pré-histórica...
Nas paredes, linhas singelas.
Nas almas criadoras, indagações.
São rabiscos humanoides;
estruturas ovoides, poucas retas:
traços denunciando o passar do tempo.
Há laços de famílias nômades.
Vejo casais, lutas renhidas e morte.
Vejo vidas entregues à própria sorte.
Séculos e séculos...
E aqui estamos nós, séculos depois.
Os mesmos homens;
os mesmos medos e rabiscos...
Hoje, pintados em três dimensões.
Iguatu-CE, 3 de março de 2015.
20h29min
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