''Sonífero''
SONÍFERO
Quanta dor?
A ferida pressionada causa
O espinho solto permite
Infindas reações
O buraco negro
Aprisionou os últimos
vestígios da lealdade
A asfixia do escafandro
Furtando impiamente
rubores já antigos
Sepultou o cadáver,
o espectro de entranhas minhas
O livre arbítrio de gozar ou padecer?
Como a bala restante
Apertei o gatilho
Escolhi definhar como um rato
aguardando na sarjeta
À espreita de ser esmagado
Numa jogada ambiciosa
Galgar o maior pedestal
Ser servido num banquete delicioso
Da sua carne asquerosa
By Morphine Epiphany
(Cristiane V. de Farias)