O mendigo
Parado em frente ao bar
sua roupa surrada
tanto quanto sua própria vida.
O cheiro do pingado quente
invade o seu ser.
A fome de três dias.
A dor sufoca o peito,
o viver sem ter porque.
A vida perdida
e nunca reencontrada.
A família e os amores
do outro lado da rua,
ou do país.
O ônibus que já partiu
e ele na plataforma ficou.
Agora parado ali na esquina
na porta do bar
sentindo o cheiro da fome
e a dor da vida.
Ele fica o olhando o tempo
e sua vida passar.