NAVEGAR É PRECISO (rev )
Há um rangido de madeira
empático com ondas e espaços,
espumas e ventos,
que destroça o silêncio
tormentoso do cais.
Todos os queixumes do casco
se escutam mais no barco fundeado
no porto de abrigo,
quando as amarras se esticam
e ressoam na madeira as vontades ocultas
das águas paradas da enseada.
Trovejam terrores
nas narinas salgadas do vento.
Mas como navegar, senão nas ondas?
E como navegar sem temor?
(dizem as antigas lendas , que o maior medo
de todo o marinheiro, é morrer no mar,
a caminho de algum destino !
E dizem que o seu sonho secreto, também…)
Talvez por isso, os barcos fiquem tanto tempo
longe dos faróis que anunciam o porto.
Porque é do seu destino navegar,
buscando outras terras.
E, aportados, sonharem com o mar.