O POETA E O LUAR

O que há velho poeta,

porque fitas a lua, tão languidamente assim?

Estagnado;

como se jamais a vira antes!

O luar ainda faz brilhar os teus olhos cansados?

Ainda perambula pelos teus devaneios;

ainda falas com o luar poeta?

Ainda sonhas?!

Será que a vida dura, amarga

já não impediu tua alma de vagar

por caminhos de poemas brancos, onde ainda

transita o versejar?

Sim, meu velho, vejo que ainda teces versos ao luar!

As rugas que trazes no rosto cansado

e as cicatrizes deixadas pelo tempo, não selaram os teus sonhos,

nem a louca vontade de voar, alçar o firmamento...

Amas demais a vida poeta!

És apaixonado pelo luar,

seu brilho, seu riso, e toda a magia que nela há...

És um sobrevivente, poeta!

Pois ama, e o amor te eterniza;

te remoça a cada rima, a cada estrofe; em cada palavra escrita.

Sim velho poeta...aquieta-te...!

Ficas a namorar os céus.

Bordas teus poemas ao luar...

Elisa Flor
Enviado por Elisa Flor em 28/02/2015
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