Nada tenho nas mãos
Não tenho nada nas mãos
Apenas força pro trabalho
Com elas fiz casa e história
E coisas de minha vanglória
Que deram em triste atalho
Como guerra de cristãos.
Tenho livres os dedos
Ficaram uns poucos calos
São o mais justo registro
Do que fiz, nada sinistro,
Da força pra cruzar valos
Quando só haviam medos.
Do que fiz, nada guardo
Tudo segue seu destino
Por isso eu não adoeço
Sigo livre igual no começo
Na vida vou peregrino
O que fiz, não virou fardo.