MARTINÊ
 
 
Não acenda nenhum
Instante
A estante guarda todos
O meus livros
Há uma gaveta aberta
Cinzas e poeira
Cobrem
Coisas destruídas
A íntima vigorosa
De outra noite
Desce no seu bolso rasgado
Sei que não usas
Mais nenhum batom
Possuída de verão
Não vai embora
me deixa descer sozinho
O outro vizinho
Um andar acima
P'ra chegar na porta
Lhe convida
Há uma champagne
Num pedido feito
Há mais alguém com ele
Tarde pra voltar
O esquecido
Foi embora vencido
Num carro que dispara
Com a mesma bala
Da fala muda
Deixada com ele
“Os mistérios
Da verdade
São infernos disparados
Contra todas as pedras
Colocadas a frente
Não há escadas
Nem vestígios
De porta se abrindo”
Sua única chance
P’ra  descobrir
é sempre se entregar
e terminar com ele
desta vez sorrindo
sombras na cortina
que voa
há mais alguém com ele
outra fumaça
que não vem do cinzeiro
um beijo de malícia
no rosto desenhado
pela barba
diferente tempero
das bordas da taça
ele havia esquecido
ele havia preparado
ele havia deixado
amanhecer
ele havia se vingado
ele a via descer
havia mais alguém com ele
horas marca-tempo
no bolso da blusa
coração disparado
o que ele sente
ao ver seu pudor
um rubor em volta
dos olhos
as mãos ocupadas
pelo que bebe
e o que acende por dentro
torna voltar de lado
fumaça que não se joga
como ela joga com ele
quer o segredo
dos lábios secretos
que mesclam
com os dela
se eles foram embora
ou esperam
o sono da loucura
depois da transa escurecer
o transe de olhos
ainda na porta do quarto
um pôster estranho
todo riscado
na parede manchada
um convite da arte
faz ela entrar
a menina das poses
na foto
o rosto deixado a vontade
parecer ser ela
os riscos  no corpo
caneta  debruçada com raiva
o vê possuído de fera
“o que houve
que não se ouve pela sala”
a única porta aberta
ainda tem escadas
e um risco falhado no chão
o vão convida
  uma fuga de relance
mas a chance
tem um charme maior
no sentido que persegue
todos os sentidos alertas
respiram gotas de suor
na blusa aberta
que matam a sede dele
o tesão sobe
no que arranha o corpo dela
ela mente o que invoca
 se joga no corpo dele
espelhos abrem-se
no teto
havia mais alguém com ele
.


MARTINÊ

Do not light any
Moment
The guard bookshelf all
The my books
There is an open drawer
Ashes and dust
Cover
Things destroyed
The intimate vigorous
Another night
Go down to your torn pocket
I know do not you use
No more lipstick
Summer owned
Will not go away
Let me go down alone
The other neighbor
One floor up
To get in the door
Invites you
There is a champagne
A claim made
Anyone else with it
Late to turn
The Forgotten
Left won
A car shooting
With the same bullet
Speech changes
Allowed him
"The mysteries
The truth
Hells are fired
Against all the stones
Put forward
No stairs
Or traces
Door opening "
Your only chance
P'ra discover
is always deliver
and end with him
this time smiling
shadows on the curtain
flying
is there someone else with him
other smoke
that does not come ashtray
one malice kiss
the drawn face
his beard
different seasoning
the glass edges
he had forgotten
he had prepared
he had left
breaking dawn
he had avenged
he saw down
there was someone else with him
-hour mark time
in shirt pocket
heart racing
what he feels
to see his shame
a blush around
Eye
hands busy
for drinking
and the lighting inside
makes back side
smoke that does not play
as she plays with it
want the secret
the secret lips
that mix
hers
if they left
or expect
sleep madness
after sex dark
the trance eyes
still on the door
a strange Poster
all scratched
the stained wall
an art invitation
does she come
the girl poses
in the picture
the left face will
it appears to be
risks in the body
pen leaning angry
see it possessed beast
"What happened
you do not hear the room "
the only open door
still has stairs
and passed down a risk
the calls will
  at a glance trail
but the chance
has a greater charm
towards chasing
all senses alert
breathe beads of sweat
in open blouse
killing his seat
the horny rises
in scratching her body
her mind what invokes
 playing in his body
mirrors are opened
on the ceiling
there was someone else with him.