Simples assim

Ele era destro,

Ela canhestro,

Rezava a Deus com afã

Ela pedia a Iansã

Ela de sangue dourado

Ele de sangue mesclado

Ele de camisa branca e preta

Ela mostrava outra faceta

Ela de cunho político

Ele sempre mais analítico

Ele amava em oferenda

Ela era a prenda

Ele era paixão

Ela era emoção

Ela protagonizava a festa

Ele fazia a seresta

Ela marcava o encontro

Ele se dizia pronto

Ela se punha à janela

Ele se fazia sentinela

Ela, em fevereiro, era a folia,

Ele, em fevereiro, jazia,

E de cantos tão distantes

Se fizeram tão próximos amantes

Simples assim se faria o mundo

Se não fizéssemos abismos tão fundos

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 26/02/2015
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