Simples assim
Ele era destro,
Ela canhestro,
Rezava a Deus com afã
Ela pedia a Iansã
Ela de sangue dourado
Ele de sangue mesclado
Ele de camisa branca e preta
Ela mostrava outra faceta
Ela de cunho político
Ele sempre mais analítico
Ele amava em oferenda
Ela era a prenda
Ele era paixão
Ela era emoção
Ela protagonizava a festa
Ele fazia a seresta
Ela marcava o encontro
Ele se dizia pronto
Ela se punha à janela
Ele se fazia sentinela
Ela, em fevereiro, era a folia,
Ele, em fevereiro, jazia,
E de cantos tão distantes
Se fizeram tão próximos amantes
Simples assim se faria o mundo
Se não fizéssemos abismos tão fundos