LUA CIRANDA

LUA CIRANDA

Lembro da minha infância

Quando com as crianças,

Brincava de roda ciranda,

Enquanto a lua sorria.

Tempos remotos não me fez esquecer,

Quando brincando ciranda,

De nada queria saber.

Me escolhia perto da Mariazinha,

Para pegar sua mãozinha,

E começar a cantar:

“ciranda,cirandinha,

Vamos todos cirandar,

Vamos dar a meia volta –volta e meia vamos da.”

Ora em ora em seus olhinhos piscava,

E via a luz da lua,

No verde de seus olhos clareava,

Naquela inocência santa,

Lá no céu a lua brilhava.

O tempo passava tão depressa,

Enquanto meu coração encantava,

Olhando à sombra de Mariazinha,

Quando a lua de lugar mudava.

E na porta de minha casa,

Via minha mãe encostada,

No umbral da porta rôta,

Seus olhos da lua não tirava,

Imaginando sua infância,

Como aquela que eu brincava.

Como seria o brilho da lua daquela época?

Seria o mesmo brilho que agora nos iluminava?

Não sei...

Só sei que minha mãe fascinantemente a fitava.

Lembrando de sua infância lusitana?

Não sei.. pois já distante se encontrava.

E volto-me novamente a fitar a lua,

Que lá no céu às vezes se escondia,

Como que me dando a chance ,

De apertar com mais força a mão de Mariazinha.

Mas logo a lua surgia , como espiã vadia,

Sendo cúmplice me sorria,

Me clareando Maria.

E nessas brincadeiras de ciranda,

Tínhamos que trocar de mãos,

Num olhar doce e terno,

Nossas mãos faziam um elo,

Sem quererem se soltar,

Era como a nos dizer:

“vai pegar em outra mão seja dele,seja dela,

Mais saiba que nossas mãos foi que fizeram promessas.

O ciúme me ardia,

Pois sua mãozinha pequena,

A lua me fazia ver.

Mais a lua como faceira mulher,

Insistia em grande escala,

Iluminar a sacada,

Que há qualquer momento me chamava.

E meu coração mais ardia,

Olhando a lua eu pedia,

Pra brincadeira acabar,

Pra ele soltar a mãozinha ,

Da minha Mariazinha,

Para mim ela voltar.

Hoje este astro celeste,

Rí nos céus da ambição,

Dos cientistas isolados,astrólogos e matemáticos,

Que a quiseram conquistar.

Não deixou que sua beleza,

Mesmo trazida aos pedaços,jamais fossem estudados.

Sumiu-desapareceu-evaporou-se,

Como a dizer aos palhaços:

Meu Brilho ,minha Beleza,

Não faz parte desse PALCO,

ELA É PARA SERVIR AOS AMADOS,

ILUMINANDO BEIJOS ROUBADOS,

DOS VERDADEIROS APAIXONADOS.

ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA
Enviado por ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA em 25/02/2015
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