Preso dentro do peito

Preso pelo mundo lá fora

A liberdade foi embora

Quando o mundo se abriu

Agora só se pensa em outrora

O segredo, dizem, é não ter medo

Já já os problemas vão embora

Quando os olhos fecharem

E as pessoas sumirem

E os projetos acabarem

Com tudo que resta por terminar

Viver e acreditar, dupla difícil

Melhor se adaptar, ao impossível

Ao imprevisivel, ao incrível

Ao infinito gesto de se decepcionar

Que tantas respostas traz

Menos qualquer paz

E quem acredita, resiste

Pois de sonhos as pessoas se alimentam

Quando falam que são pessoas

Quando saem nas ruas

Com seus disfarces, sob roupas

Atrás de maquiagens

Toda imagem é uma mentira

Que encobre o embrulho

Dentro do peito, essa caixa pulsante

Sempre errante, sempre imperfeito